sábado, novembro 29, 2008

Savage Dragon: Uma força em que podemos contar


Savage Dragon #01 à 06
Roteiro, desenhos e arte-final: Erik Larsen
Junho à Novembro de 1993
Image Comics

Após o sucesso da minissérie em que apresentou o personagem, Erik Larsen lançou um título mensal, dando continuidade à história. O diferencial do universo criado por Larsen é que ele se passa mais ou menos em tempo real. Passou-se um ano desde o final da minissérie? Passou um ano na trama também. Hoje, Dragon está quinze anos mais velho do que nessa edições, já tem um filho pré-adolescente, à cada quatro anos Larsen mostra as eleições americanas, e por aí vai...

Dragon está na polícia à cerca de um ano e meio, e continua sendo o único "super-tira" numa Chicago infestada de aberrações. As seis primeiras edições podem ser resumidas numa palavra: Porrada. Larsen infesta a revista da maior quantidade possível de cenas de luta, de tudo quanto é jeito, com inimigos de todas as formas e tamanhos. E são todas muito bem conduzidas e empolgantes. A primeira edição começa sem enrolação, com Dragon partindo pra cima de Shrew, um homem-rato assassino. E apanhando.

Após essa derrota, Dragon tenta lidar com o luto pela morte de sua quase-namorada Debbie e a desconfiança que está sentindo de seu único amigo, o tenente Frank Darling. Para lidar com essas emoções, nada melhor do que extravasar num super-vilão. Dragon e Shrew tem uma revanche e, dessa vez, Dragon não perde. 

A segunda edição mostra Dragon em Nova York, se encontrando com as Tartarugas Ninjas

Novamente, mais cenas de luta bem conduzidas por Larsen, mas com uma trama de fundo se construindo: Frank mandou Dragon para Nova York para que ele não atrapalhasse os planos de Overlord, chefão do crime-monstro em Chicago, que está chantageando-o. E é na segunda edição que Larsen começa a usar um recurso que se tornaria bastante comum na série: "fugir" da trama principal por uma, duas páginas, e mostrar acontecimentos paralelos, que repercutirão mais pra frente. Surge Dart, uma nova heroína em Chicago. Pistas sobre a identidade do herói Star, que apareceu na minissérie de 1992, são insinuadas. 
 
Nas duas edições seguintes, a trama vai "crescendo", com novos coadjuvantes surgindo, como Barbaric, Ricochete e Rapture. Novos inimigos também se revelam. E, como sempre, sequências de luta que se prolongam por várias páginas - mas sem nunca se tornarem enfadonhas - da forma mais exagerada e divertida possível. Na quarta edição, conhecemos uma das personagens mais carismáticas que Larsen criou: Horridus, uma adolescente cuja pele é totalmente coberta de espinhos. 

A quinta edição começa a amarrar as pontas soltas anteriormente. Surge a Freak Force, uma força-tarefa liderada por Dragon e formada por "monstros" bem-intencionados.  


E é aí que vemos o quanto que Larsen entende de quadrinhos. Savage Dragon é o título de quadrinhos feito para aquele leitor que cresceu lendo Marvel e DC, e, depois de um tempo, fica desestimulado com os rumos que a indústria vai levando no geral. Para até de se identificar com os personagens - afinal, ele cresceu. E quando ele começa a questionar se vai continuar ou não lendo HQs, surge o selo Vertigo, de "quadrinhos adultos". Só que muitas das coisas que a Vertigo faz são tão ruins quanto os quadrinhos normais - com a diferença de serem mais pretensiosas. Dragon é esse meio-termo. É um título de super-heróis, ainda naquela  "zona de conforto" do leitor, mas com temáticas mais inteligentes, mais adultas, que respeitam a evolução do leitor. Mas não deixa de ser divertido, não deixa de ser violento. Não se pretende aqui filosofar nem discutir o estado da nação, mas se divertir com um material diferenciado

Por que? Simples: Numa passagem antológica, vemos as repercussões da Dart usar seus dardos contra um criminoso - um processo de brutalidade policial. E isso gera um efeito dominó que faz com que a Freak Force seja obrigada à usar o clássico uniforme azul da polícia americana, e não os maiôs decotados que as meninas vinham usando. Você quer ser um policial? Tem que seguir as regras que todo bom policial segue, oras. Isso acaba fazendo com a Freak Force debande antes mesmo de se estabelecer. Os membros continuarão combatendo o crime, mas não como policiais, pois não querem se sujeitar ao excesso de normas.

Dragon termina a sexta edição como começou a primeira: sozinho. Mas, dessa vez, Frank está do seu lado. Ele confessa tudo que Overlord tem lhe feito passar e os dois decidem dar um fim - de uma vez por todas - nesse "rei do crime". Não é só isso que acontece nessas seis edições de Savage Dragon. Há muito mais, só que Larsen deixa subentendido, como a origem do Mighty Man, que só vai ser explorada mais pra frente. Todos os conceitos são apresentados de relance, e só uns poucos trabalhados de imediato, deixando o leitor curioso pra ver como as coisas terminarão. 

Agradeço enormemente ao Daniel Sakavicious, colega que me apresentou o personagem e me instigou a curiosidade de conhecê-lo. Uma das coisas mais bacanas que qualquer fã de quadrinhos pode ter a oportunidade de conhecer, mas que acaba sendo deixada de lado em favor de títulos medianos, com personagens mais famosos. Continuarei, definitivamente, avaliando tanto as edições mais recentes - lançadas cada vez mais rápido, por um Larsen correndo para compensar os últimos atrasos - quando as antigas edições. 

quinta-feira, novembro 27, 2008

Ajustes

O blog passou por sutis mudanças. Justifiquei o texto de todos os posts, copiei o Noturno, do Situação Crítica, e inclui os dados de cada edição revisada. 

Ainda estou buscando uma  "identidade" para o blog. Isso fica difícil uma vez que eu ainda não encontrei a minha própria. Não terei notícias aqui - já temos gente demais fazendo isso (mal, muitas vezes) pela internet. Eu não leio esses blogs, nem pretendo ser um deles. 

Gosto de blogs segmentados - Demolidor Direto é a referência atual - mas meu paladar é vasto demais pra consumir só um tipo de coisa. Quero falar sobre cinema, mas não muito.  Mexi algumas coisas no layout, virei uma versão bizarra do Situação Crítica (blog que me estimulou à voltar, não escondo), e inclui algumas coisas bacanas na barra lateral. Sugestões?

Estou adorando voltar com o blog. Adoro escrever. Talvez volte com os textos sobre o que tem acontecido comigo, e o que tenho observado nos outros. Fizeram bastante sucesso nas fases anteriores do TnE. No mais, seguirei comentando Savage Dragon, uma das minhas séries favoritas atualmente, e continuarei postando sobre séries bacanas que as pessoas geralmente deixam passar. Provavelmente irei falar sobre títulos mais "normais", como Homem-Aranha e X-Men, mas de forma diversificada. 

Em síntese, é isso. Vamos ver como funcionará daqui pra frente.

Continuando com Savage Dragon

Savage Dragon #140
Roteiro, Desenhos e Arte-final: Erik Larsen
Image Comics

Viciante. Se tem uma coisa que Savage Dragon é, com certeza, é viciante. Larsen escreve várias tramas ao mesmo tempo, e sempre termina a edição de forma que você fica curioso para ler logo a próxima. O final da edição 139, que conta com a participação do Invincível, mostra tudo indo pro ralo. Solar Man, um Superman que entrou num surto assassino, matou uma quantidade absurda de super-vilões de uma vez só. E gente inocente foi no meio. E está óbvio que ele está à um passo de começar a matar até ladrões pé-de-chinelo, na sua jornada para erradicar o crime.

Só de ver capa, você já se empolga. A edição foi anunciada com bastante antecedência e gerou grandes expectativas por prometer juntar Dragon com diversos heróis da Image Comics. No mínimo, sairia algo curioso.
A edição 140 deixa um pouco de lado as tramas paralelas, como a perseguição ao heróis Star e Red Giant, o fato da She-Dragon ter sido sequestrada... Isso sem falar da odisséia do filho de Dragon para escapar de um universo paralelo...
O foco é justamente tratar da psicose do Solar Man, que está perseguindo injustamente uma inocente. Invencível e Dragon vão ao Pentágono, buscar ajuda do governo, e são surpreendidos com a resposta: O governo não tem problema nenhum com o fato de Solar Man estar matando centenas de criminosos. 

Naquelas coincidências que só acontecem nos quadrinhos, Dragon e Invencível vão para em Nova Iorque na trilha de Solar Man, e quem está em Nova Iorque? Spawn, sendo perseguido por policiais,
 enquanto Sara Pezzini, a portadora da Witchblade, tenta protegê-lo, sem muito sucesso. Quando as coisas não poderiam piorar para Spawn, aparece o Solar Man, querendo matá-lo. Nessa hora, surgem Dragon e Invencível. 

Savage Dragon. Spawn. Invincible. Witchblade. Se o Youngblood aparecesse, aí estaria a "cara" da Image, resumida. Os maiores e mais populares personagens de uma editora, juntos.

Paralelo à esses acontecimentos, Rex, um cientista amigo de Dragon, se encontra com Shadowhawk, um herói menos conhecido da Image, criado por Jim Valentino nos anos 90. Os dois vão até à Cidadela da Reclusão (uma clara referência à Fortaleza da Solidão de Superman) atrás de alguma coisa que os ajude à derrotar Solar Man. 

A edição é basicamente uma grande luta entre os heróis da Image e Solar Man. E se tem uma coisa que Erik Larsen sabe fazer são cenas de luta. Seus desenhos estilizados podem não agradar à todos, mas ele possui grande domínio da narrativa e sabe "construir" páginas de maneira competente. Essa edição é um ponto melhor para começar à ler Dragon do que a edição anterior por introduzir novos elementos e ter menos referências à coisas antigas. Sugiro que se comece por aqui.  A trama vai crescendo, e mal posso esperar para ler a próxima edição, com a conclusão da história.  Continuo recomendando e reforço: Leia Savage Dragon como seu sua vida dependesse disso. É um dos melhores títulos de super-herói sendo publicado atualmente.

sexta-feira, novembro 21, 2008

A origem de Savage Dragon

Na verdade, esse post não é sobre a origem do personagem (que chegou a ser lançado no Brasil tem um tempinho), mas sobre a minissérie que lhe deu origem...

The Savage Dragon #01 à 03
Roteiros, desenhos e arte-final: Erik Larsen
Julho, Outubro e Dezembro de 1992, respectivamente
Image Comics

Em uma palavra? Frenético. As três edições da minissérie são como um blockbuster de verão: Diálogos bacanas, ação incessante e personagens carismáticos. Mas diferencia-se ao incluir, escondido com tantas cenas de lutas, tiroteios e explosões, um roteiro interessante, que te instiga na leitora e a saber mais sobre esses personagens.

A história possui muitos dos vícios dos anos 90: Excesso de violência, sangue em profusão, dentes cerrados...
...mas, ao mesmo tempo que é um produto daquela década, é uma crítica à mesma. 
Com uma trama simples - Chicago está sendo ameaçada por uma organização criminosa que encheu a cidade de monstros - Larsen acaba refletindo sobre o estado dos quadrinhos na época. Os vilões lembram personagens da Marvel e DC Comics, mas corrompidos pela política "sanguenuszóio" do momento. Logo na primeira edição, o Superpatriota e o Poderoso (versões de Larsen para o Capitão América e o Superman, típicos heróis da Era de Ouro dos quadrinhos) são brutalmente derrotados pelos vilões. A falta de esperança de Frank Darling, um policial de Chicago, frente aos acontecimentos, parece refletir a falta de esperança do leitor comum frente ao sucesso dos heróis violentos. 

Quem poderia fazer frente à esses monstros, e honrar a memória dos heróis de antigamente?


Segundo Larsen, teria que ser também um monstro. Um monstro chamado "Dragon". Dragon entra a a polícia de Chicago, e, no decorrer de três edições, enfrenta uma variedade enorme de inimigos, apanha mais do que poderia aguentar, faz amigos, e, ao final da terceira edição, constata que ainda há muito trabalho para se fazer.

Larsen, às vezes, parece estar apenas jogando idéias no título. Mas são idéias bacanas, e é isso que importa. Os coadjuvantes são interessantes, apesar de pouco aparecerem. Star, o tenente Frank Darling, a parceira de Dragon, a policial Wilde, a vizinha Debbie Harris, e o Superpatriota, renascido como um ser mais máquina do que homem. 

A trama é corrida? É, mas em três edições Larsen dá ao leitor um aperitivo do enorme universo que criou para Dragon. Tanto quem curtia a Marvel dos anos 60, quanto quem curtia a Image da época acham o material interessante. Pode não ser a leitura mais aconselhável para quem está começando a ler quadrinhos agora, mas é, no final das contas, um material de grande potencial. Recomendo. Uma vez que você começa com Dragon, é difícil parar.

Você deveria ler The Darkness

The Darkness #07
Roteiro: Phil Hester
Desenhos e arte-final: Jorge Lucas
Top Cow / Image comics

Dando continuidade, ainda que de forma involuntária, ao tema "coisas bacanas que, aparentemente, só eu leio", vou tirar dois dedos de prosa pra falar sobre a surpresa dessa semana: The Darkness #7. Empolgado com a qualidade de Savage Dragon, conformei relatei anteriormente, resolvi dar uma chance à outros títulos da Image Comics. 

Sempre curti o personagem, desde os primeiros números publicados no Brasil, quando ainda era escrito por um Garth Ennis em modo automático, apenas garantindo o almoço das crianças. Hoje, Ennis deve estar feliz com o copyright do personagem, que virou um videogame de grande sucesso e teve seus direitos vendidos prum estúdio de cinema (o que, até agora, não foi pra frente).

No início, Jackie Estacado, um mafioso que, ao completar 21 anos, se descobre possuidor da "Escuridão", um poder milenar que corre pela sua família, era um personagem raso. As tramas eram cheias de ação e desenhos apelativos. E eu, um adolescente na época, adorava. Adorava mesmo. 

Hoje, relendo aquelas histórias antigas, vejo que os desenhos não eram tão bacanas, e as histórias, nem tão empolgantes, mas o potencial do personagem era claro. Paul Jenkins, escritor conhecido por sua passagem no Homem-Aranha e por ter criado o personagem Sentry na Marvel, começaria a escrever o personagem, e o levaria à extremos. Do céu ao inferno, Jenkins deu personalidade de verdade à Jackie, explorou seus coadjuvantes, seus motivos, lhe transformou num personagem de verdade. Levou os leitores ao céu enquanto levava Jackie numa espiral descendente de sofrimento e violência, que terminaria com a morte do personagem. Mas a escuridão não poderia perder seu portador, e Jackie voltou à vida. O personagem foi relançado, com relativo sucesso, mas os atrasos na arte e a posterior saída de Jenkins, capitão desse relançamento, acabariam afundando o título. 


Aqui, Jackie tenta pela terceira vez emplacar um título mensal. Escrevendo? Para minha surpresa, o desenhista Phil Hester, reconhecido por seu trabalho no título do Arqueiro Verde. Não apenas Hester me convenceu que é mais que um desenhista alternativo que fez sucesso, como mostrou um trabalho mais do que competente. Não é preciso ter lido nada antes dessa sétima edição, mas há um resuminho na primeira página situando os perdidos.

O "novo" The Darkness é excelente. Nessa história, os desenhos são de Jorge Lucas, que evoluiu MUITO desde que desenhou Wolverine. Lucas assumirá a arte por mais três ediçõs, enquanto o artista regular da série, Michael Boussard, descansa. Enquanto isso, vemos um trabalho consistente e, sempre bom dizer, surpreendente. Lucas já havia me surpreendido ao desenhar Ronan, uma das minisséries de Aniquilação, mas aqui entrega um trabalho mais sombrio, uma narrativa mais intimista e superior. Algo como Gary Frank encontra Jae Lee no início de carreira. Muito bom.

A trama é simples e direta. Jackie está sozinho no deserto, e vai parar numa cidade amaldiçoada por uma bruxa. A população quer entregá-lo à ela. Sem escolha, Jackie tem que enfrentá-la. O clima de suspense na história é dos melhores, a narrativa flui solta, e, quando você mal percebe, chegou ao fim. À primeira vista, pensei que a história era auto-contida, mas, aparentemente, é a primeira parte de um arco em quatro partes.

Mês que vem, com certeza, lerei a continuação.



Max Payne - O Filme

Aproveitei o feriado, e assisti Max Payne, recente adaptação do videogame homônimo, estrelada por Mark Wahlberg.  

Em síntese? É uma viagem, mas é muito bom. Nunca cheguei a jogar o original, mas, após o filme, fiquei interessado. Assistindo-o, é impossível não ficar imaginando as cenas como se você estivesse "jogando o filme". Mark Wahlberg pode até ser, para alguns, um ator limitado. Em alguns momentos, eu até chegaria a concordar, mas em filmes recentes como Os Infiltrados, O Atirador e nesse Max Payne, ele parece se encaixar perfeitamente ao personagem, entregando uma interpretação mais que competente. Além de ser muito carismático e com uma cara de mau comparável só à do Jason Statham.

A trama do filme é rasa, e cedo no filme eles acabam deixando óbvio quem são os responsavéis pela morte da esposa de Max, que ele tem caçado pelos últimos três anos. Não entregarei muito da história, deixo pra quem vai conferir o filme.

No mais, as cenas de ação são excelentes. É tudo muito visual. Peca pelo excesso, mas quem disse que excesso é pecado num filme desses? Há menos bullet-time do que eu esperava, pelos comentários que vi do jogo, mas todas as cenas compensam. Todos os tiroteios, em especial asequência final, em que só faltava o Max sair gritando MORTEMORTEMORTE, de tãoalucinado que estava, são incrivelmente empolgantes e frenéticas. Max é abordado de forma surpreendentemente tridimensional. Você acaba se importando com o cara. 

Enfim, uma adaptação acima da média (muito baixa com filmes como Street Fighter e D.O.A.), com um visual único e que, apesar de se basear em clichês e vícios do gênero, tenta trazer alguma novidade. Recomendo

segunda-feira, novembro 17, 2008

Leia Savage Dragon como se sua vida dependesse disso

Tá, eu sei que o título é exageradamente dramático, mas eu tinha que chamar a atenção de alguma forma pra uma as surpresas mais bacanas que tive essa semana: Savage Dragon #139.

Savage Dragon #139
Roteiro, desenhos e arte-final: Erik Larsen
Image Comics. 

Savage Dragon é escrita e desenhada por Erik Larsen desde sua primeira edição - uma longevidade digna de nota. 
Larsen começou a publicar o personagem em 1993, com o início da Image Comics. A editora foi um enorme sucesso de vendas no começo, como todo bom fã de quadrinhos sabe, e, pro bem ou mal, desencadeou grandes mudanças na forma como se encarava "a indústria", dando mais ênfase à qualidade da colorização e papel utilizados, pra início de conversa.

Mas, enfim, a maioria das coisas da Image ou eram mescla de conceitos mal-aproveitados (Wildcats e Spawn) ou simplesmente pastiches ruins (Youngblood e Cyberforce). Correndo por fora estavam os dois títulos verdadeiramente originais: Shadowhawk, do Jim Valentino e Savage Dragon. 

Mais de dez anos se passaram, e Larsen é o único que continua firme e forte com seus personagens. Os últimos anos foram muito erráticos para os fãs do Dragon, com edições atrasando meses, gerando grandes intervalos entre uma história e outra. Nos últimos quatro, cinco anos, pra você ter uma idéia, mal foram publicadas 20 edições do personagem. Esses atrasos - junto de uma trama cada vez mais intrincada, tornaram a revista bem pouco reader-friendly. E Larsen não segue a cartilha "divida a histórias em arcos de 4, 6 edições, fechando em si mesmas, pro encadernado", contando uma única, grande história, com uma trama principal e várias idéias surgindo, tal qual se fazia nos anos 60.

Sendo muito sincero? Não entendi muito dessa primeira edição. Apesar de haver um resumo na primeira página, que situa o leitor o suficiente pra não ficar perdido, há muitos personagens, muitas histórias. Num primeiro momento, é complicado. Dragon está procurando sua mulher, que está desaparecida, ao passo que também terá que enfrentar Solar Man, um Superman louco e assassino, enquanto seu filho está perdido numa dimensão alternativa, tentando voltar pra Terra... São muitas tramas ao mesmo tempo.

Mas, como resumiu um colega que também voltou a ler Dragon: É impossível não simpatizar com Erik Larsen. E isso é a mais pura verdade. Impossível não ler a revista e rir das piadas, se empolgar com as diversas porradas, ficar angustiado nas perseguições... e ficar louco pela próxima edição

Continuarei acompanhando a revista, com certeza. Vale muito mais a pena do que a maioria dos "super-heróis" que atolam as bancas. E, por mais que eu tenha soado negativo, é sim um bom momento pra começar a acompanhar. Como falei, é tudo uma grande história, é tão bom começar agora quanto começar na próxima. E, de brinde, você ainda leva uma participação mais que especial de um dos personagens mais simpáticos dos últimos anos: Invencível, o super-herói criado por Robert Kirkman.

sexta-feira, novembro 14, 2008

Facebook



Eu sempre fui mezzo contra esse excesso de redes sociais. Já havia sido convidado para fazer parte do Facebook, hi5, Tagged, Friendster, MySpace, Twitter... Alguns até antes de virar modinha, outros bem depois. Nunca aceitei.

Criei meu orkut anos atrás, em 2004, e sempre achei que fosse o suficiente. Os anos foram se passando, e fui vendo quase todas as pessoas que eu conheço também criando um orkut. Até que meio que enjoei. Nunca fui de ficar trocando scraps, e as comunidades já não me interessavam mais tanto assim. Aí vieram os aplicativos, como o BuddyPoke, e eu acabei me re-viciando.

Após a insistência de uma tia, que já havia se viciado, criei meu perfil no Facebook. PQP, que negócio legal! É bem mais "internacional" que o orkut, o que permite o contato com gente dos mais variados lugares. Adicionei diversos aplicativos, e o feed de notícias é bem dinâmico e interessante.


Enfim, tô curtindo e recomendando.

Segurança Nacional - O Filme


Segurança Nacional é um vindouro filme brasileiro, protagonizado pelo Thiago Lacerda. Acima, vocês conferem o trailer, ainda que numa versão inacabada - "vazou" no YouTube, logo, não podemos esperar perfeição de som e edição. 

Eu não faço parte daquela corrente ufanista, que vai ao cinema assistir todo e qualquer filme nacional, como se isso fizesse de mim um patriota. Mas como ficar em cima do muro é muitas vezes a coisa mais sensata a ser feita, muito menos sou da corrente que cobra perfeição do cinema brasileiro. 

Entendo as condições/limitações do nosso mercado, e creio que qualquer iniciativa de se produzir algo aqui é louvável. Se o produto final almeja um resultado diferenciado, mais louvável ainda. 

Fugir do esquemão "Globo Filmes" é sempre interessante. Mas nunca esperei ver um filme de ação fora da Globo.  O filme, que contou com total apoio da Força Aérea Brasileira e do SIVAM, conta com os mais modernos aviãos brasileiros, com direito à várias sequências de combates aéreos. Thiago Lacerda protagoniza como Jack Bauer/Maverick brasileiro, Milton Gonçalves é o Obama, digo, o Presidente do Brasil e a Ângela Vieira, a presidenta da ABIN. 

Eu curti o trailer, parece ser bem interessante. Há aqueles pontos que eu destaco logo, antes dos detratores:

1- Quem diabos usa duas camisas no calor infernal que faz em Manaus? Só o Thiago Lacerda querendo pagar de gatinho e o figurinista pra acharem isso...
2- A bomba que explode... Vai cair aonde? Em Manaus?

Fora isso, devo admitir, estou ansioso pelo resultado final. Fugir dos dramas baseados em fatos reais e das comédias românticas, que até pouco tempo atrás eu diria que resumia a produção nacional - não consigo lembrar de nenhum filme dos últimos anos que não se enquadre numa dessas duas categorias, se houver, por favor, me corrijam - já é mais do que suficiente pr'eu ficar na torcida por esse filme.