segunda-feira, novembro 17, 2008

Leia Savage Dragon como se sua vida dependesse disso

Tá, eu sei que o título é exageradamente dramático, mas eu tinha que chamar a atenção de alguma forma pra uma as surpresas mais bacanas que tive essa semana: Savage Dragon #139.

Savage Dragon #139
Roteiro, desenhos e arte-final: Erik Larsen
Image Comics. 

Savage Dragon é escrita e desenhada por Erik Larsen desde sua primeira edição - uma longevidade digna de nota. 
Larsen começou a publicar o personagem em 1993, com o início da Image Comics. A editora foi um enorme sucesso de vendas no começo, como todo bom fã de quadrinhos sabe, e, pro bem ou mal, desencadeou grandes mudanças na forma como se encarava "a indústria", dando mais ênfase à qualidade da colorização e papel utilizados, pra início de conversa.

Mas, enfim, a maioria das coisas da Image ou eram mescla de conceitos mal-aproveitados (Wildcats e Spawn) ou simplesmente pastiches ruins (Youngblood e Cyberforce). Correndo por fora estavam os dois títulos verdadeiramente originais: Shadowhawk, do Jim Valentino e Savage Dragon. 

Mais de dez anos se passaram, e Larsen é o único que continua firme e forte com seus personagens. Os últimos anos foram muito erráticos para os fãs do Dragon, com edições atrasando meses, gerando grandes intervalos entre uma história e outra. Nos últimos quatro, cinco anos, pra você ter uma idéia, mal foram publicadas 20 edições do personagem. Esses atrasos - junto de uma trama cada vez mais intrincada, tornaram a revista bem pouco reader-friendly. E Larsen não segue a cartilha "divida a histórias em arcos de 4, 6 edições, fechando em si mesmas, pro encadernado", contando uma única, grande história, com uma trama principal e várias idéias surgindo, tal qual se fazia nos anos 60.

Sendo muito sincero? Não entendi muito dessa primeira edição. Apesar de haver um resumo na primeira página, que situa o leitor o suficiente pra não ficar perdido, há muitos personagens, muitas histórias. Num primeiro momento, é complicado. Dragon está procurando sua mulher, que está desaparecida, ao passo que também terá que enfrentar Solar Man, um Superman louco e assassino, enquanto seu filho está perdido numa dimensão alternativa, tentando voltar pra Terra... São muitas tramas ao mesmo tempo.

Mas, como resumiu um colega que também voltou a ler Dragon: É impossível não simpatizar com Erik Larsen. E isso é a mais pura verdade. Impossível não ler a revista e rir das piadas, se empolgar com as diversas porradas, ficar angustiado nas perseguições... e ficar louco pela próxima edição

Continuarei acompanhando a revista, com certeza. Vale muito mais a pena do que a maioria dos "super-heróis" que atolam as bancas. E, por mais que eu tenha soado negativo, é sim um bom momento pra começar a acompanhar. Como falei, é tudo uma grande história, é tão bom começar agora quanto começar na próxima. E, de brinde, você ainda leva uma participação mais que especial de um dos personagens mais simpáticos dos últimos anos: Invencível, o super-herói criado por Robert Kirkman.

Um comentário:

Noturno disse...

Muito bom, Flávio! Me deu muita vontade de ler!

Eu sempre tive curiosidade de ler o Dragon. Quando a revista foi publicada aqui no Brasil, eu era um adolescente pirralho fanático pela Marvel, então odiei Larsen naquela época quando o cara de pedra do Liefeld luta com o Dragon e pergunta se não é uma revista da Marvel (o famoso luta depois se alia). Olha que besteira.

Depois fiquei sabendo que o Larsen foi desenvolvendo histórias pra lá de viajantes, conceito este que eu gosto muito! Mas nunca tive oportunidade de ler.

Agora uma dúvida: o Larsen atrasou tanto nesses últimos anos por conta de seus compromissos como editor-chefe da Image ou por outro motivo?

Abraço amiche!!