sábado, dezembro 20, 2008

She-Dragon e Justiça (ou Savage Dragon #12)

Savage Dragon #12

Roteiros, desenhos e arte-final: Erik Larsen

Image Comics

Agosto de 1994


Lá em 1994, começar uma edição com uma splash page ainda não havia se tornado praticamente uma obrigação. De vez em quando, as histórias começavam com seqüências normais de quadrinhos – é até engraçado ver como esse fenômeno veio e voltou no mercado americano, tendo sido algo muito comum na Era de Prata, mas falemos disso outro dia.


Essa edição de Savage Dragon, especificamente, começa sim com um quadro de página inteira – o que talvez não seja lá mais tão impactante após o estouro que foi a sétima edição. Mas funciona.


Remetendo diretamente à sétima edição e à morte do tenente Frank Darling – colocada em xeque logo na edição seguinte, quando o vimos vivo e bem num avião, indo, conforme seria posteriormente revelado, encontrar sua esposa, que iria dar a luz à seu filho – essa primeira página trate de explicar esse aparente absurdo de forma bastante satisfatória, e me fez ficar meio puto com Larsen. Por que? Simples. Darling havia sido substituído por um robô transmorfo, mas isso havia ocorrido na guarda edição do título Vanguard, e não dentro da série mensal de Dragon. Mas, enfim, como isso é explicado, sem haver realmente a necessidade de se ler mais alguma coisa, deixemos a raiva de lado.


A história dessa edição aborda o impacto que Dragon causou à população de Chicago e introduz uma nova personagem: A She-Dragon, uma jovem de pele verde que é fã do policial. Ao mesmo tempo, conhecemos também Justiça, um jovem super-herói que usa o antigo traje do Superpatriota, e que aparentemente, também é um fã de Dragon.


Mas, afinal, quem que consegue não gostar de um cara como Dragon? Bem, se você for uma das aberrações envolvidas em assassinatos e crimes variados ligados ao Círculo Vicioso e à OverLord, o chefão do crime de Chicago, você com certeza não vai com a cara de Dragon. A edição apresenta uma rápida seqüência de luta entre Justiça e She-Dragon, em que cada um acha que o outro é o vilão responsável pelos assassinatos e, posteriormente, um conflito entre Dragon e o verdadeiro responsável, que termina de forma antológica: Dragon, ao ter sua cabeça mordida pelo vilão, arranca sua língua!


A edição é, em muitas formas, auto-contida, por não precisar que você tenha lido alguma coisa de Dragon antes, apesar de fazer referência à eventos passados. E termina também com uma certa sensação de resolução, mas não sem deixar um leve gancho pra o próximo mês. É mais ou menos como um bom episódio de uma série de televisão. A grande diferença aqui é que você não pode levar à televisão consigo pro banheiro ou pra fila do banco.


Savage Dragon é isso: grandes histórias, ótimos desenhos, enfim, diversão como dificilmente se encontra por aí. E surgem tantas coisas novas à cada edição que é impossível não ficar ansioso pela continuação.

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